Matéria publicada na Revista L'uomo Brasil Julho/Agosto 2008.
Quantos museus possuem em sua coleção mais de 5.000 obras? Certamente poucos e dentre eles, um museu nada convencional. Em Barcelona, o Museu del Perfum mostra através dos frascos a importância do perfume. E prova como a embalagem pode ser tão importante quanto o conteúdo.
Por Bianca Moretto e Viviane Lopes
Uma das centenas de criações de Pierre Dinand.
Inaugurado em 1961, o Museu del Perfum possui desde antigos frascos egípcios, gregos, romanos, árabes e de outras culturas, até criações de perfumistas atuais. Para se ter uma idéia da importância de um museu como este, ele não é o único no mundo. Existem museus do perfume nos Estados Unidos, na França, no Japão e até no Brasil. Em Curitiba temos o Espaço do Perfume, com mais de 600 peças.
Desde a pré-história, o perfume acompanha a trajetória do homem. Acredita-se que um odor agradável foi notado pela primeira vez, quando o homem sentiu uma fumaça perfumada saindo de uma fogueira. Por isso a palavra perfume deriva do latim per fumum, ou pela fumaça. Depois da descoberta, o homem começou a queimar madeiras e folhas aromáticas para os seus deuses e para si mesmo, e não parou mais.
A indústria do perfume fatura bilhões de dólares no mundo todo, mas a fragrância não é a única responsável pelo sucesso. As embalagens são desenvolvidas como verdadeiras obras de arte que traduzem a essência da fragrância visualmente. Um frasco carrega valores emocionais que encantam, seduzem e comunicam a personalidade do perfume que contém.
O francês Pierre Dinand, 77 anos, é o maior perfumista da Europa e tem mais de 500 frascos criados. Com uma ala exclusiva no Museu do Perfume do Japão, ele já venceu mais de 30 vezes o prêmio de melhor design do FIFI Award, a premiação máxima do perfume.
Em entrevista à Luomo, Pierre afirma que “para fazer sucesso e vencer, um perfume precisa de 5 elementos: design, conteúdo, marketing, distribuição e investimento. Se um deles falhar, você perde.”
Formado em Arquitetura, Pierre já criou para Azzaro, Dior, Givenchy, Paco Rabanne, Calvin Klein, Yves Saint Laurent, Dolce Gabbana e muitas outras grifes famosas. Inclusive para as marcas brasileiras O Boticário, L’acqua di Fiori e Natura. Segundo Pierre “o gosto brasileiro é muito parecido com o francês”. Dentre as suas criações preferidas, ele destaca os perfumes Opium, Pleasures, Calandre, Givenchy, Moschino, Azzaro e Eternity.
No Brasil, a Natura busca desenvolver embalagens com menor impacto ambiental, mas nem por isso menos atraentes em estética e funcionalidade. Prova disso é o projeto Perfume do Brasil. Com simplicidade e inovação, conseguiu expressar tão bem a marca genuinamente brasileira Ekos, que ganhou prêmios internacionais.
Pierre Dinand: o maior perfumista da Europa.
COMPLEXIDADE
Criar uma nova embalagem não é simples. Renato Nishimura, diretor da M Design, empresa especializada no desenvolvimento de embalagens, reafirma a complexidade da tarefa: “A fragrância é a alma do perfume e a expressão olfativa da sua personalidade. Ela nos transporta no tempo e no espaço através da lembrança de pessoas em momentos e lugares. A criação de uma embalagem de perfume só começa depois que o designer conhece essa personalidade, a do seu público, e o que ele deseja.”
A M Design, que já desenvolveu as linhas Egeo, Extreme, Florata in Rose e Carpe Diem para O Boticário e a coleção Mulher e Poesia para a Avon, cria embalagens para todo tipo de produtos. No caso específico dos perfumes, Renato ressalta: “O desafio é muito grande, o designer precisa conhecer o processo de fabricação e as limitações de cada material. Ele tem que estimular seu próprio lado emocional, buscar referências dentro de si e na diversidade humana e entender o público para quem vai criar. Senão corre o risco de criar para si mesmo.”
A criação pode ser muito subjetiva. Pierre conta: “Em 1968, Paco Rabane queria mostrar um casal fazendo amor em um carro e isso poderia ser de muito mau gosto, então propus mostrar a grade de um carro grande como o Rolls Royce.” Foi então que surgiu o design do Calandre.
Às vezes, como neste caso, o nome da fragrância surge com o nome do frasco. Pierre, que costuma esculpir a sua criação primeiro em material plástico, em 1980 esculpiu o frasco de Ivoire em um pedaço verdadeiro de marfim. Por isso Pierre Balmain decidiu chamar o perfume de Ivoire.
Moschino, um dos trabalhos preferidos do perfumista.
2 comentários:
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