12 de fev. de 2009

Miami.

Matéria publicada na Revista L'uomo Brasil Novembro/Dezembro 2008.
Investidores que pagam em cash e obtém a tão sonhada casa de veraneio.
Por Bianca Moretto, de Miami

Miami Beach

No final da década de 80, Hercules Pimenta deixou o cargo de diretor da Pirelli no Brasil, vendeu tudo o que tinha e se mudou para a Flórida. Com o dinheiro, comprou 10 casas financiadas, construiu outras 13 e vendeu todas elas para brasileiros.
"Para deixar a casa pronta, precisávamos de aproximadamente 90 dias. Então o dinheiro girava rápido”.
Por conta da localização geográfica e da estrutura dos meios de transporte, Hercules acreditava que “Miami poderia ser a Cingapura do Ocidente”.
No início da década de 90, a maioria das lojas em Downtown Miami pertencia a brasileiros. No entanto, em 1992, o furacão Andrew destruiu a cidade deixando um prejuízo de 25 bilhões de dólares. No ano seguinte, Bill Clinton foi eleito presidente e adotou uma postura protecionista à indústria americana. O inesperado aconteceu: a economia ficou instável, os produtos importados foram sobre taxados e passaram a ser vistos com maus olhos e, simultaneamente, caiu o poder de compra dos clientes estrangeiros. O que parecia sonho virou pesadelo para muitos comerciantes que tiveram que fechar as suas empresas e voltar para o Brasil.

A VIRADA
Hoje o Brasil é o parceiro comercial nº 1 da Flórida. Para atender essa demanda, o Consulado Brasileiro em Miami possui um Setor Comercial (SECOM) que opera o "Brazil Trade Net".
“Trata-se de um cadastro com informações comerciais importantes, tanto de empresas brasileiras quanto de empresas norte-americanas, e que tem como objetivo a promoção comercial de produtos e serviços brasileiros no mundo todo. A assessoria oferecida pelo consulado é gratuita”, explica o cônsul Roberto Parente.
Entre as dezenas de companhias cadastradas estão a Embraer, Odebrecht, Gerdau, TAM e outras de pequeno, médio e grande porte. Os bancos também estão investindo por aqui. Em 2006, o Itaú comprou o Bank Boston e ao adquirir no "pacote" uma subsidiária do grupo com sede em Miami, passou a atuar aqui nos EUA como Private Banking (Itaú Personnalitè).
Maria Hilda Feitosa que trabalha no setor comercial do consulado brasileiro há 19 anos, explica que “ficou fácil abrir uma empresa nos Estados Unidos porque todo processo é eletrônico”. Além disso, a APEX, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, funciona como um Serviço Social Autônomo ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A APEX-Brasil acaba de expandir o Centro de Negócios de Miami. Agora, eles dispõem de 3.500m2 e oferecem importantes recursos às empresas brasileiras como áreas de escritórios, salas de reunião para encontros com compradores e showroom de produtos brasileiros.
O exportador que se instala no Centro, conta com apoio operacional para viabilizar o recebimento, armazenamento e despacho de mercadorias, incluindo Pick and Pack. Outra facilidade é a utilização dos escritórios da Apex-Brasil, incluindo eventuais despesas com telefone, fax e internet. O CN também dá suporte na seleção e contratação de serviços em Miami, tais como advogados, contadores, freight forwarders. Isso sem falar da organização de eventos promocionais nas dependências da Miami Free Zone.
Segundo a APEX, os setores com potencial de participação no mercado local são: instrumentos musicais, confecção, têxtil, gesso, móveis, cosméticos, equipamentos médico-odontológicos, alimentos, café, tintas, equipamentos eletrônicos, autopeças e plásticos.

Loja Carlos Miele em um dos mais elegantes shoppings de Miami.

OS EMPREENDEDORES
Alexandre Berger acaba de abrir uma loja Carlos Miele em um dos mais elegantes shoppings da cidade.
“Queria trazer alguma coisa do Brasil para os EUA e o Carlos Miele é o estilista brasileiro com nome mais forte fora do Brasil. Além disso, suas criações são a cara da mulher de Miami: uma mulher cosmopolita, internacional, tropical, sensual e preocupada com o corpo."
O investimento não é pequeno, além de propagandas em revistas, desfiles de moda e participação em diversos eventos, Alex conta com uma boa agencia de relações públicas para divulgar a marca na imprensa.
“A legislação americana é bastante simples para abrir a empresa. As dificuldades, em especial em Coral Gables, são as regras de construção locais, que tornam a obra demorada e custosa. Abrir uma loja em um shopping nos EUA custa em média entre 500 mil e 1,5 milhão de dólares. Dependendo de quanta reforma é necessária na loja, dos depósitos e das cartas de crédito exigidas pelo centro comercial e o tipo de acordo com a marca licenciadora”.
A também brasileira Ana Rocha fez mestrado na Universidade de São Francisco antes de vir à Miami. Diretora da inlingua Language Center, em Key Biscayne, ela sabe a importância de aprimorar o idioma para fazer bons negócios por aqui.
“Somos nove institutos no sul da Florida, com 20 funcionários fixos e mais de 200 professores de todos os idiomas. Cerca de 1.000 alunos estão matriculados, entre eles há muitos filhos de brasileiros que começaram a alfabetização no Brasil e se mudaram para cá. Eles buscam o nosso curso para ter um bom desempenho no novo colégio, onde estudarão. Fora isso a escola oferece o visto de estudante (I-20), um diferencial que serve como chamariz a novos clientes. Dessa forma, apesar da crise atual, nos mantemos estáveis”, explica Ana que viaja ao Brasil no mínimo duas vezes por ano para visitar a família, os amigos e captar novos clientes.

EFEITO DOMINÓ
Até o ano 2000, o custo de um imóvel em Miami era irrisório se comparado ao de outras grandes capitais americanas. No entanto, as construtoras enxergaram um novo potencial na cidade por conta dos baby boomers. O mercado entendeu que as crianças geradas no pós-guerra estavam se aposentando e buscavam por um lugar para morar que fosse agradável, com clima tropical e que oferecesse qualidade de vida.
Houve uma explosão de vendas neste segmento. Vários prédios foram construídos simultaneamente e um único investidor chegava a comprar dezenas de unidades. Em menos de 2 anos, o m2 que custava 2.500 dólares, saltou para cerca de 5 mil dólares. Na Brickell, o bairro favorito dos brasileiros, o m2 chegou a custar 7 mil dólares. No entanto, todos os apartamentos ficaram prontos praticamente ao mesmo tempo e faltou dinheiro para honrar as dívidas.
Hoje os clientes não conseguem pagar o novo valor acordado pela financeira e acabam perdendo o imóvel. Os bancos não podem ficar com os bens que acabam sendo leiloados por um preço muito abaixo do mercado. Os americanos, acostumados a depender do leasing, ficam de mãos atadas porque os bancos estão fechados para o sistema de crédito. Hoje os estrangeiros que têm dólares guardados conseguem adquirir imóveis em Miami por um valor, muitas vezes, abaixo do preço de custo.
Fabiana Pimenta que trabalha em parceria com a companhia italiana ProfessioneCasa, acaba de vender um imóvel que estava em Foreclosure no banco. Trata-se de um apartamento cujo m2 chegou a valer 6.000 dólares, mas foi negociado por 2.000. “Acredito que o meu cliente conseguirá, no mínimo, duplicar este valor daqui a três anos”, completa a jovem consultora.

O MERCADO DE LUXO
Essa oscilação não interfere de maneira tão agressiva no mercado de alto luxo. Raymond Bolduc acaba de vender um imóvel em Miami Beach com cerca de 1.300m2 no mais belo estilo Grego Mediterrâneo. O comprador russo pagou à vista 10,6 milhões de dólares por esta mansão à beira mar.
Não deve ter sido difícil convencê-lo: “Como a SOL Sotheby’s Realty é especializada em mansões pé na areia ultraluxuosas, o nosso desafio é mostrar as nossas propriedades da maneira mais poderosa possível. Nós normalmente utilizamos iates para apresentar ao nosso cliente a sua provável nova casa. O impacto da chegada pelo mar é muito significante”, conclui Bolduc.
Para não dizer que não houve desvalorização neste segmento, a SOL Sotheby’s Realty negociou um outro imóvel na North Bay Road, com 9 quartos e quase 3.000m2 por 13 milhões de dólares, sendo que o valor inicial era de 19 milhões.
O próximo comprador pode ser um brasileiro: “Acabo de receber uma solicitação do escritório de Sotheby’s Realty São Paulo. Estou procurando casas de praia entre 1 e 4 milhões de dólares, para quatro executivos de alto escalão”, completa o profissional que está neste mercado há 10 anos.

AS VANTAGENS
Hercules Pimenta conhece bem os dois lados da moeda, já que aproveitou a alta da década de 90 e acompanhou de perto a recessão americana. Ele se prepara para apresentar um seminário em São Paulo sobre as oportunidades de investimento no sul da Flórida.
De acordo com o empresário, “se você estava esperando o momento certo para comprar uma casa de praia em Miami, esta pode ser uma boa oportunidade. Encontre um broker de confiança para orientá-lo na aquisição, especialmente se estiver pensando em comprar um apartamento. Adquirir um imóvel em um condomínio vazio pode acarretar grandes despesas. Caso esteja pensando em investir, não espere ter um bom retorno antes de três anos”.
No mais, é só uma questão de estratégia. A ensolarada Riviera da América do Norte está a sua espera.

Eles fazem sucesso dentro e fora do país.

Matéria publicada na Revista L'uomo Brasil Novembro/Dezembro 2008.
Romero Britto e Zilando Freitas percorreram caminhos diferentes para alcançar o sucesso, mas têm algo em comum: uma arte festiva, bonita e que agrada a quem aprecia a alegria de viver.
Por Bianca Moretto e Viviane Lopes

Artista plástico muito bem-sucedido, Romero Britto, pernambucano de 45 anos, como muitos brasileiros, teve uma infância difícil. Mas o sofrimento e a pobreza não deixaram motivos para mágoas e ressentimentos. Pelo contrário, Britto quis alegrar o ambiente árido em que vivia e, aos 8 anos, começou a pintar em sucatas, papelão e jornal. Aos 14, vendeu seu primeiro. Anos mais tarde viajou para a Europa e exibiu seus trabalhos em vários países como Espanha, Inglaterra e outros, mas foi em Miami que se instalou definitivamente.
O pintor que chegou a mostrar seu trabalho nas calçadas de Coconut Grove, já era um sucesso de vendas no Mayfair Shops quando participou de uma campanha publicitária para a Absolut Vodka. Ele foi o 5º artista a ser contratado, depois de Andy Warhol, Keith Haring, Kenny Scharf e Ed Ruscha. A campanha trouxe projeção e consolidou seu sucesso, fazendo com que outras grandes empresas começassem a incorporar sua arte em projetos especiais.
Em entrevista à L’UOMO BRASIL contou: “Admiro Picasso, Matisse, Chagall, Andy Warhol e Linchtenstein, entre outros. E me inspiro no que vejo de belo na vida, na beleza do mundo e das pessoas. Sempre gostei e admirei o belo, acho que tem tanta coisa bela no mundo, então me inspiro no que de mais bonito posso ver".

Romero Britto e uma de suas inúmeras obras.

ART POP
As obras de Romero retratam o dia-a-dia com muitas cores, formas geométricas e um jeito muito particular e alegre que o pintor nunca quis mudar. Sua arte pop utiliza vários suportes, e é copiada por muitos e motivo de polêmicas. Para quem fala que sua criação é comercial responde: “Tudo o que é feito tem uma razão, seja comercial ou não. Eu comecei a pintar para ver minha vida mais alegre quando criança, hoje vendo minhas obras de arte. Pessoas influentes adquirem minhas obras, mas fico feliz em saber que elas também estão nas capas de cadernos dos estudantes”.
O pintor que se prepara para expor no Louvre, tem brasileiros entre seus colecionadores, mas conta que seu sucesso é maior nos EUA e Europa: “No Brasil as pessoas não estão abertas a coisas novas, artistas novos e talentosos”. Mesmo assim tem como clientes os Safras, alguns ex-presidentes e o próprio presidente Lula. Além de Madonna, Carlos Slim, Juan Perez Simon, Ernest Beyeler, Arnold Schwarzenegger.
Mas os clientes renomados não são os únicos a apreciar suas obras. Em maio de 2008 o Instituto do Câncer de São Paulo Octávio Frias de Oliveira ganhou um painel de 15x3m e em outubro, o metrô Tietê ser presenteado.
“A arte tem uma grande responsabilidade, ela pode abrir os olhos das pessoas para um mundo diferente. Para mim é sempre uma alegria doar uma obra minha, pois as crio para o mundo. O cuidado e o respeito para com as mesmas já me deixam feliz.”

Zilando Freitas recebeu muito apoio e incentivo da amiga Naomi Campbell.

ZILANDO FREITAS
Este outro brasileiro de sucesso também tem uma marca registrada, a bandeira do Brasil estilizada que assina cada trabalho seu. Mas apesar das referências abertamente brasileiras, o paulista Zilando Freitas é globalizado. Já morou em Tokyo, Los Angeles, Miami e Milão. Atualmente, intercala períodos entre as megacidades London, New York e São Paulo.
Zilando, que nunca estudou nada relacionado à arte, começou a pintar em 91 por um forte motivo: “Um amigo meu surfista profissional, o Taiu, tinha sofrido um acidente pegando onda e ficou tetraplégico. Nessa época eu morava com o irmão dele na Rua Oscar Freire e como o apartamento era todo branco, resolvi pintar uns quadros para alegrar o ambiente. Desde então, nunca mais parei”.
Antes de se aventurar no mundo das artes plásticas, foi pizzaiolo, assistente de cozinha, barman e proprietário dos bares Kintamani, The Bar, Bothecno e Small Club. Foi nesses lugares que amigos como Fernanda Lima, Ana Hickman, Julio Pignatari e Mario Garnero, entre outros, começaram a conhecer e adquirir os trabalhos que fazia. O que era então uma brincadeira, virou coisa séria.
"No cenário internacional uma amiga que me ajudou muito foi a Naomi Campbell. Ela vendeu peças minhas para o Bono Vox, Lenny Kravitz, Nelson Mandela, Flávio Briattori, Ron Wood e outras pessoas famosas pelo mundo.”
O percurso que foi natural para Zilando, nem sempre é fácil para artistas iniciantes. O mercado de artes é amplo e está aquecido, mas tem muitas variantes. Zilando cobra em média de 15 a 20 mil dólares o metro de seu trabalho, mas ressalta: “Depende da peça, do cliente e do lugar. Cada venda é singular.”
Agora ele se prepara para fazer uma exposição em Nova Iorque e confirmar a entrada do seu maior trabalho para o Guinnes Book, uma bandeira feita com mais de 500.000 nós de tecido para o Cafe de La Musique. E avalia que o auge de sua carreira será o lançamento da campanha Up Brasil, Unir para o Brasil Sorrir: “O Brasil é carente de educação e saúde e estamos trabalhando para mudar esse cenário triste que é a realidade e dar mais oportunidade para a criança do Brasil.”

INTERNET
www.zilandofreitas.blogspot.com
www.romerobritto.com.br

6 de fev. de 2009

Ella manda na arte.

Matéria publicada na Revista L'uomo Brasil Novembro/Dezembro 2008.
A empresária Ella Fontanals-Cisneros nasceu em Cuba, foi criada na Venezuela e tornou-se internacionalmente conhecida. Às vésperas de um dos maiores eventos de arte dos Estados Unidos, o Art Basel Miami Beach, a colecionadora falou com exclusividade à L'UOMO BRASIL.
Por Bianca Moretto, de Miami

Ella Fontanals-Cisneros começou a se interessar por trabalhos de artistas latino-americanos na década de 1970, quando morava na Venezuela. "Eu adquiri uma galeria quando ainda era muito jovem e, a partir de então, comecei a colecionar arte", explica a empresária de 64 anos que já investiu milhões de dólares neste segmento. Hoje, a sua coleção inclui fotografias, videoarte e peças inovadoras vindas dos mais diversos países.
Como cidadã do mundo, divide o seu tempo entre residências em Caracas, Miami, Madrid, Nápoles e Gstaad, na Suíça. Dessa forma, ela traz uma perspectiva internacional para a sua coleção e para as suas duas instituições sem fins lucrativos estabelecidas em Miami, Cisneros Fontanals Art Foundation (Cifo) e Miami Art Central (MAC).
Fundada em 2002, a Cifo incentiva o entendimento e a apreciação do trabalho de artistas contemporâneos da América Latina através de patrocínios, exibições e publicações bilíngues.
Ella Cisneros enriqueceu a comunidade artística de Miami em 2003 fundando o Miami Art Central (MAC). Em apenas três anos, o MAC trouxe à cidade trabalhos internacionais, incluindo o vídeo de arte do Centre Pompidou, e um show solo do artista sul africano William Kentridge.
"Eu nasci com arte na alma. Criatividade faz parte do meu dia-a-dia tanto para fechar negócios quanto para as experiências cotidianas."
Em dezembro de 2006, a colecionadora promoveu uma fusão do MAC com o Miami Art Museum (MAM) para fortalecer o programa contemporâneo do Museu. Com isso, inspirou outros colecionadores e líderes civis no sul da Flórida a somar forças para transformar o MAM em um dos melhores museus de arte do País.
"A arte influencia as nossas vidas e escolhas, seja através de outdoor que você vê nas ruas ou por projetos de prédios magníficos que valorizam as nossas cidades, desde pratos criativos para cozinhas top de linha até os carros que dirigimos."

ART BASEL MIAMI BEACH
A primeira edição do Art Basel Miami Beach aconteceu em Dezembro de 2002. "Trata-se de uma das feiras de arte mais importantes do mundo, se não for a mais importante. Miami tem recebido benefícios tremendos por ser a cidade anfitriã", orgulha-se Ella, ciente de que a capital da Flórida ganhou o título de art city, logo após a estréia do evento.
Como irmão do evento Switzerland's Art Basel, o mais prestigiado show de arte do mundo nos últimos 39 anos, Art Basel Miami Beach combina uma seleção internacional das melhores galerias com um programa de exibições especiais, festas e eventos simultâneos de música, filme, arquitetura e design.
Quem prestigiar o evento deste ano, terá a oportunidade de conferir cerca de 250 galerias, cuidadosamente selecionadas por um comitê, entre as mais de 800 inscritas. Os brasileiros serão representados pelas galerias: Brito Cimino, Fortes Vilaça, Millan Strina e A Gentil Carioca.

Serviço
Art Basel Miami Beach
De 4 a 7 de dezembro, 2008
Art Deco District
Miami Beach- FL
Entraga paga
Entrada paga