12 de fev. de 2009

Eles fazem sucesso dentro e fora do país.

Matéria publicada na Revista L'uomo Brasil Novembro/Dezembro 2008.
Romero Britto e Zilando Freitas percorreram caminhos diferentes para alcançar o sucesso, mas têm algo em comum: uma arte festiva, bonita e que agrada a quem aprecia a alegria de viver.
Por Bianca Moretto e Viviane Lopes

Artista plástico muito bem-sucedido, Romero Britto, pernambucano de 45 anos, como muitos brasileiros, teve uma infância difícil. Mas o sofrimento e a pobreza não deixaram motivos para mágoas e ressentimentos. Pelo contrário, Britto quis alegrar o ambiente árido em que vivia e, aos 8 anos, começou a pintar em sucatas, papelão e jornal. Aos 14, vendeu seu primeiro. Anos mais tarde viajou para a Europa e exibiu seus trabalhos em vários países como Espanha, Inglaterra e outros, mas foi em Miami que se instalou definitivamente.
O pintor que chegou a mostrar seu trabalho nas calçadas de Coconut Grove, já era um sucesso de vendas no Mayfair Shops quando participou de uma campanha publicitária para a Absolut Vodka. Ele foi o 5º artista a ser contratado, depois de Andy Warhol, Keith Haring, Kenny Scharf e Ed Ruscha. A campanha trouxe projeção e consolidou seu sucesso, fazendo com que outras grandes empresas começassem a incorporar sua arte em projetos especiais.
Em entrevista à L’UOMO BRASIL contou: “Admiro Picasso, Matisse, Chagall, Andy Warhol e Linchtenstein, entre outros. E me inspiro no que vejo de belo na vida, na beleza do mundo e das pessoas. Sempre gostei e admirei o belo, acho que tem tanta coisa bela no mundo, então me inspiro no que de mais bonito posso ver".

Romero Britto e uma de suas inúmeras obras.

ART POP
As obras de Romero retratam o dia-a-dia com muitas cores, formas geométricas e um jeito muito particular e alegre que o pintor nunca quis mudar. Sua arte pop utiliza vários suportes, e é copiada por muitos e motivo de polêmicas. Para quem fala que sua criação é comercial responde: “Tudo o que é feito tem uma razão, seja comercial ou não. Eu comecei a pintar para ver minha vida mais alegre quando criança, hoje vendo minhas obras de arte. Pessoas influentes adquirem minhas obras, mas fico feliz em saber que elas também estão nas capas de cadernos dos estudantes”.
O pintor que se prepara para expor no Louvre, tem brasileiros entre seus colecionadores, mas conta que seu sucesso é maior nos EUA e Europa: “No Brasil as pessoas não estão abertas a coisas novas, artistas novos e talentosos”. Mesmo assim tem como clientes os Safras, alguns ex-presidentes e o próprio presidente Lula. Além de Madonna, Carlos Slim, Juan Perez Simon, Ernest Beyeler, Arnold Schwarzenegger.
Mas os clientes renomados não são os únicos a apreciar suas obras. Em maio de 2008 o Instituto do Câncer de São Paulo Octávio Frias de Oliveira ganhou um painel de 15x3m e em outubro, o metrô Tietê ser presenteado.
“A arte tem uma grande responsabilidade, ela pode abrir os olhos das pessoas para um mundo diferente. Para mim é sempre uma alegria doar uma obra minha, pois as crio para o mundo. O cuidado e o respeito para com as mesmas já me deixam feliz.”

Zilando Freitas recebeu muito apoio e incentivo da amiga Naomi Campbell.

ZILANDO FREITAS
Este outro brasileiro de sucesso também tem uma marca registrada, a bandeira do Brasil estilizada que assina cada trabalho seu. Mas apesar das referências abertamente brasileiras, o paulista Zilando Freitas é globalizado. Já morou em Tokyo, Los Angeles, Miami e Milão. Atualmente, intercala períodos entre as megacidades London, New York e São Paulo.
Zilando, que nunca estudou nada relacionado à arte, começou a pintar em 91 por um forte motivo: “Um amigo meu surfista profissional, o Taiu, tinha sofrido um acidente pegando onda e ficou tetraplégico. Nessa época eu morava com o irmão dele na Rua Oscar Freire e como o apartamento era todo branco, resolvi pintar uns quadros para alegrar o ambiente. Desde então, nunca mais parei”.
Antes de se aventurar no mundo das artes plásticas, foi pizzaiolo, assistente de cozinha, barman e proprietário dos bares Kintamani, The Bar, Bothecno e Small Club. Foi nesses lugares que amigos como Fernanda Lima, Ana Hickman, Julio Pignatari e Mario Garnero, entre outros, começaram a conhecer e adquirir os trabalhos que fazia. O que era então uma brincadeira, virou coisa séria.
"No cenário internacional uma amiga que me ajudou muito foi a Naomi Campbell. Ela vendeu peças minhas para o Bono Vox, Lenny Kravitz, Nelson Mandela, Flávio Briattori, Ron Wood e outras pessoas famosas pelo mundo.”
O percurso que foi natural para Zilando, nem sempre é fácil para artistas iniciantes. O mercado de artes é amplo e está aquecido, mas tem muitas variantes. Zilando cobra em média de 15 a 20 mil dólares o metro de seu trabalho, mas ressalta: “Depende da peça, do cliente e do lugar. Cada venda é singular.”
Agora ele se prepara para fazer uma exposição em Nova Iorque e confirmar a entrada do seu maior trabalho para o Guinnes Book, uma bandeira feita com mais de 500.000 nós de tecido para o Cafe de La Musique. E avalia que o auge de sua carreira será o lançamento da campanha Up Brasil, Unir para o Brasil Sorrir: “O Brasil é carente de educação e saúde e estamos trabalhando para mudar esse cenário triste que é a realidade e dar mais oportunidade para a criança do Brasil.”

INTERNET
www.zilandofreitas.blogspot.com
www.romerobritto.com.br

Um comentário:

Carlos Alberto (BETO) disse...

Prezado Zilandinho, assim como lhe conheci quando vc.tinha mais ou menos 12 anos.Sou pai do Carlos ,Ana ,Edu do Paulistano.Estou muito feliz pelo seu sucesso,e por seu pai que foi um grande amigo meu e nos deixamos de ver por
motivos de mudança de endereço e estado.Gostaria ,se vc.ler este me mande o endereço de seu pai ou peça para que entre em contato.Sou Carlos (Beto) ex marido de Vera.
Meu contato: carlaoasas@hotmail.com.
Forte abraço e sucesso.
BETO