18 de mai. de 2007

Prefácio do livro "Cidade Esperança"

Ainda no início do curso de jornalismo, descobrimos por que tal área se diferencia das outras da comunicação social. Uma enquete realizada para um trabalho disciplinar sobre mensagem subliminar, entre alunos de publicidade e de jornalismo, revelou que os primeiros usariam estímulos ao subconsciente dos consumidores em suas campanhas como artifício para aumentar as vendas. O resultado causou o repúdio dos futuros jornalistas, que estavam mais preocupados com o bem-estar e o equilíbrio da população.

O espírito do repórter clama por justiça social, tem sede das mais diversas culturas, almeja viagens e descobertas que possam completar o quebra-cabeça da humanidade, que resiste para não se desfazer em meio a guerras e desigualdades sociais.
Com base nesse princípio, começamos a pensar em um tema que fizesse diferença nos dias de hoje. Queríamos um assunto relevante para a sociedade e que ainda não tivesse sido amplamente abordado. Saúde, pensamos.
Bem, pode-se escrever uma enciclopédia a respeito. Doenças raras, pessoas que morrem sem nem se dar conta do que sofriam, fórmulas de remédios que não são pesquisadas porque não dariam lucro suficiente aos laboratórios. Era preciso ser mais específico.
O projeto deste livro-reportagem é ousado, por se tratar de um trabalho de conclusão de curso que deve ser produzido no prazo de um ano. A praticidade e a viabilidade do produto são quesitos a serem considerados com seriedade. Concluímos ser inviável contar com a boa fé de um laboratório que abrisse suas portas para duas estudantes de jornalismo. Mas o tema ainda nos encantava. Bastava encontrar um outro enfoque.
Partimos para a pesquisa, e todos o caminhos da saúde nos levaram ao Complexo Clínicas. Por alguma razão, seus institutos estão sempre lotados. Mesmo se tratando de um órgão público, algumas pessoas preferem passar longas horas dentro de um ônibus, missão nada fácil, em lugar de recorrer ao posto médio que fica a algumas quadras de suas casas. Não é à toa que recentemente foi instituída uma lei estadual para que os usuários dos serviços públicos de saúde agendem as consultas por telefone. Assim, conforme o fluxo de pacientes, as atendentes podem direcionar e distribuir a população entre todos os hospitais públicos de maneira mais equilibrada.
Há também os médicos renomados que deixam os seus países para vir aprender aqui no maior hospital da América Latina. E, ainda, profissionais brasileiros que participam de pesquisas no exterior e voltam para implantar no HC as descobertas mais recentes.
Este patrimônio é nosso! Completou 61 anos no dia 19 de abril de 2005 e ocupa uma área total de 352 mil m2, com cerca de 2.200 leitos distribuídos entre os seus seis institutos especializados, dois hospitais auxiliares, uma divisão de reabilitação e um hospital associado. O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais das mais diversas áreas, da enfermagem à fisioterapia, da nutrição ao serviço social, da fonoaudiologia à farmácia, englobando um conjunto de especialidades sem paralelo na América Latina.

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